A presença portuguesa na Conferência Geral do ICOM 2016 - Milão

    15.07.2016

    A presença portuguesa na Conferência Geral do  ICOM 2016 - Milão 

    Realizou-se, entre os passados dias 3 a 9 de Julho, a 24ª Conferência Geral do ICOM em Milão, Itália. Esta conferência sob o tema geral "Museus e Paisagens Culturais" teve a participação de mais de 3000 delegados.

    Esta conferencia ocorreu pouco tempo depois do lançamento pela UNESCO da Recomendação sobre a proteção e a promoção dos museus e coleções, de sua diversidade e de sua função na sociedade, onde se poe em destaque a Função social dos museus nos termos e com referencia à própria Declaração de Santiago a qual tem a sempre sido uma fonte de inspiração para a Sociomuseologia.

    Por outro lado Hugues de Varine em boa hora lançou um apelo para relançar a reflexão sobre os caminhos passados e futuros da Ecomuseologia. MINOM/CAMOC/ICOFOM pela primeira vez organizaram uma reunião conjunta abrindo-se ao dialogo.

    A presença portuguesa foi assegurada por  cerca de 20 profissionais tendo alguns sido eleitos para as mais destacadas funções: Luís Raposo para Presidente do ICOM Europa; Joana Sousa Monteiro: Presidente do CAMOC; Marta Lourenço: Presidente do UMAC; Mário Antas: Membro da direcção do CECA e Coordenador Regional para a Europa; Elsa Rodrigues: Membro da direcção do DEMHIST; Alexandre Matos: Membro da direcção do CIDOC.

    Ficamos felizes e a todos e todas os nossos parabéns e votos para que possam atingir os seu objectivos nestas novas funções.

    Também foi com muita satisfação que durantes esses dias convivi com  ex-alunos e alunas (contei 11 de Portugal e do Brasil)  que passaram num ou noutro momento pelo Departamento de Muselogia da nossa universidade. Aqui estudaram e/ou concluíram o Mestrado ou Doutoramento em Museologia.

    Sempre considerámos que as relações internacionais são sem dúvida essenciais para a afirmação da museologia em geral e do ensino em particular. Por isso, para mim também foi uma alegria de todo o tamanho.

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      Chamada para artigos e recensões para a revista Cadernos de Sociomuseologia, - nova série nº7 – 2016 (vol. 51)

      09.02.2016

      Chamada para artigos e recensões para a revista
      Cadernos de Sociomuseologia, - nova série nº7 – 2016 (vol. 51)
      Call for papers Journal of Sociomuseology
      http://revistas.ulusofona.pt/i…/cadernosociomuseologia/index

      A Revista do Departamento de Museologia “Cadernos de Sociomuseologia” foi objeto de reorganização a partir do 1º semestre de 2013, tendo em vista a sua indexação internacional como revista científica, na área disciplinar da Museologia / Sociomuseologia. Desde então foi possível submeter a revista para avaliação em vários organismos internacionais passando a estar registada nos seguintes diretórios:

      Directory of Open Access Journals (DOAJ) 2014*
      European Reference Index for the Humanities and the Social Sciences (ERIH PLUS) 2014**
      Information Matrix for the Analysis of Journals (MIAR) 2015***

      A partir desta etapa, uma das mais difíceis, outras indexações serão certamente concedidas estando em curso a sua avaliação. Isto significa que é agora mais relevante para o reconhecimento académico e científico dos autores publicar nos Cadernos de Sociomuseologia

      Estamos agora a preparar o Nº 7/2016 da Nova Série (antigo vol. 51) o qual
      deverá se publicado no fim de maio de 2016. 
      Neste sentido, vimos anunciar uma nova chamada para publicação de artigos e recensões. Ficamos assim a aguardar até 23 de maio 2016 os vossos contributos.

      A submissão deverá ser feita diretamente no endereço abaixo indicado onde
      encontrarão também as instruções aos autores.
      http://revistas.ulusofona.pt/…/cadernoso…/about/submissions…
      Em caso de dificuldade e em alternativa, assim como para qualquer pedido de esclarecimento poderão enviar o(s) textos para: revistacadernos@gmail.com

      Com as nossas melhores saudações
      Mário Moutinho
      http://revistas.ulusofona.pt/i…/cadernosociomuseologia/index

      * The Directory of Open Access Journals is a service that indexes high quality, peer reviewed Open Access research journals, periodicals and their articles' metadata. The Directory aims to be comprehensive and cover all open access scientific and scholarly journals that use an appropriate quality control system (see the section below) and is not limited to particular languages or subject areas. https://doaj.org/
      **The European Reference Index for the Humanities and the Social Sciences (ERIH PLUS) was created and developed by European researchers under the coordination of the Standing Committee for the Humanities (SCH) of the European Science Foundation (ESF). In 2014, responsibility for the maintenance and operation of ERIH was transferred to the Norwegian Social Science Data Services (NSD).https://dbh.nsd.uib.no/publiseringskan…/erihplus/about/index
      ***Information Matrix for the Analysis of Journals (MIAR) es un instrumento de apoyo para quienes han de realizar labores de evaluación: ahora disponen de datos sobre la identidad y la difusión de las revistas donde se publican los trabajos objeto de evaluación. Universitat de Barcelona. http://miar.ub.edu/

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        Visita de Estudo ao Museu do Benfica 6ª feira 9:50 Porta 18

        20.04.2016

        A aula de 6ª feira da parte da manhã terá lugar no âmbito da visita de estudo ao Museu Benfica - Cosme Damião

        A visita será orientada pelo Diretor Dr. Luís Lapão - Reservas, Serviço Educativo, Exposição, Centro de Documentação

        Encontro na Porta 18 do lado do Media Markt as 9:50 horas 

        TPC: Por favor analisem com muito cuidado a página do Museu na Internet. http://museubenfica.slbenfica.pt/

        Mário Moutinho

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          Projeto de investigação: Inovação expográfica em contexto educativo II Fase - Seminário sobre Aurasma

          12.04.2016

          Projeto de investigação: Inovação expográfica em contexto educativo II Fase(em conjunto com os programas de Doutoramento e Mestrado em Museologia)

           

           Workshop sobre Aurasma

           16 de Abril de 2016 das 09:00 às 17:00

          Local: Campo Grande, 376, 1749-024 Lisboa

          Sala A.1.1 Laboratório Experimental de Museologia & Educação (LEME)

          Prof Doutor Mário Antas

          Dr. Miguel Feio

          Plano do Workshop

          1.       A utilização de realidade aumentada através de Aurasma

          2.       O que é o Aurasma?

          3.       Principais aplicações no domínio da Educação (formal e não-formal)

          4.       Como funciona o Aurasma?

          5.       Como fazer "Auras"

          6.       Como fazer recursos didáticos educativos

          7.       Aplicar realidade aumentada  como estratégia de aprendizagem em contexto de sala de aula e fora

          8.       Que potencialidades educativas desta tecnologia.

          Objetivos

          Compreender os conceitos de criação de “auras” (AR)

          Criar e implementar projectos de AR em Aurasma de forma autónoma.

          Descobrir as potencialidades educativas da AR/Aurasma

          Pré-requisitos

          Cada participante deverá trazer:

          Ficheiros com imagens para marcadores e conteúdos em Video de cada projecto

          Cada participante deve trazer computador portátil e câmara fotográfica.

          Visitar tutoriais de Aurasma ex: https://www.youtube.com/watch?v=H7jBYXBixUA

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            Departamento de Museologia vai estar presente na Conferencia Geral ICOM2016 MILANO

            12.04.2016

            O Departamentop de Museologia vai estar presente em força na próxima Conferência Geral do ICOM em particular na reunião conjunta CAMOC & ICOFOM & MINOM e no Special Programme for Ecomuseums and Community Museums http://network.icom.museum/icom-milan-2016/

            ICOM 24TH GENERAL CONFERENCE: MUSEUMS AND CULTURAL LANDSCAPES
            3-9 JULY 2016, MILAN, ITALY

            CAMOC & ICOFOM & MINOM
            Monday, July 4, 14h – 18h

            “Museums and Urban Cultural Landscapes”  (?)

            Cultural landscapes and urban landscapes are quickly changing, moving on to different conceptual frameworks. The aim of this joint session of ICOFOM, CAMOC and MINOM is to bring together experts in city museums, urban museum issues, new social challenges, and international museology trends, reflecting on how cultural urban landscapes affect the museum meaning and its relationship with the present societies.

            The session will be based on the General Conference’s theme, the Siena Charter, and the ICOM/ UNESCO draft recommendation for museums, focusing on contemporary social and cultural urban issues that city museums must be prepared to face and to manage.

            Siena Charter: http://icom.museum/news/news/article/siena-charter-proposed-by-icom-italy-at-its-international-conference-museums-and-cultural-landsc/

            Unesco recommendation: http://www.unesco.org/new/fileadmin/MULTIMEDIA/HQ/CLT/images/en_CL_4101.pdf

            The “sense of place” is one of the key concepts of the Siena Charter, which highlights the blur boundaries between tangible and intangible heritage. Rapid, and sometimes irreversible changes in urban landscapes all over the world demands from museums a constant attention to cultural, social and geographical movements that affects peoples’ lives and their relationship with space, time and memory. If this is true for any type of museums, it is especially relevant for city museums, as cities are the ever-growing centres of human life, with all its consequences still to be fully acknowledged.

            CAMOC is “a forum for people who work in or are interested in museums about cities, urban planners, historians, economists, architects or geographers, all of whom together can share knowledge and experience, exchange ideas and explore partnerships across international boundaries.” (http://camoc.icom.museum/ index2.php)

            ICOFOM is “in charge of researching, studying and disseminating the theoretical basis of museology as an independent scientific discipline, critically analysing the main trends of contemporary museology.”  (http://network.icom.museum/icofom)

            MINOM is an international organization affiliated to ICOM. “Based broadly on a concern for social and cultural change, MINOM brings together individuals who are dedicated to active and interactive museology. It is open to aIl approaches which make the museum an instrument for identity building and development within the community.” (http://www.minom-icom.net/about-us).

            Presentations

            The papers that are going to be presented in this session are expected to reflect on the questions given below:

             

            • How can city museums promote the creation of “landscapes communities” (Siena Charter) that are aware of their identity, its relevance and thus attentive to the importance of the cultural landscape preservation and sustainable development?
            • To what extent the Siena Charter’s idea of (urban) cultural landscapes affects museums’ new scope of responsibility towards society and (urban) communities?
            • How can city museums be an active partner in the management and care of their urban cultural landscape, including their symbols, tangible or intangible? Will this perspective affect the notion of city museum?
            • The joint 2015 draft by ICOM and UNESCO recommends that museums should protect and promote cultural and natural diversity, as a major challenge of the 21st century. How can city museums face the changing reality of world cities, being an agent for sustainable development and for intercultural dialogue?
            • What can city museums do to encourage community participation throughout the decision-making, implementation and enforcement processes, promoting engagement and peace, in this new conceptual framework?

            The joint session will cover individual oral papers and round-tables. 

             

            Special Programme for Ecomuseums and Community Museums
            Wednesday 6th July
            Friday 8th July

            Programme EN & FR

            Italy is the only country in the world where ecomuseums have multiplied in the last twenty years and are now recognized by law in twelve regions or provinces. A national network is now being created to facilitate cooperation and solidarity between the existing ecomuseums and to welcome new ones.

            The Italian ecomuseums are also working on a common text, called Manfesto, or Agenda 2016, which will summarize the experience accumulated within the network. It will become a permanent, evolutionary document aimed at reflecting both theoretical and practical collective construction of the ecomuseum movement in Italy.

            Italian ecomuseums wish to use the opportunity of the Milan Conference and of the presence in Italy of so many museum professionals, to invite to a Special Programme of debates and visits, all their colleagues who are engaged in community-based projects for heritage management for the local development: ecomuseums, community museums, local museums developing territory strategies and community mobilization. We want to share our experience, our questions, our hopes, our difficulties, and we want also to envisage the possibility of further exchanges.

            The Ecomuseum Network of Lombardy, the region of which Milan is the capital, is in charge of the organization of this Special Programme, in coordination with the Organizing Committee of the Conference which has already offered its help and the material facilities to make possible the activities in Milan during the conference itself.

             1. Forum of ecomuseums and community museums during the Conference

            Wednesday 6th July- Forum open to all ICOM 2016 participants interested by New Museology and community

            museology

            - Presentation of Italian ecomuseums and of the National Ecomuseum Network

            - Exhibition of posters and documents proposed by the foreign participants

            - Mini-bookshop of publications brought by Italian and foreign participants

            - Possibility of workshops for preparing bilateral or multilateral cooperative projects and exchanges

            Friday 8th July- Visit in groups to ecomuseums in the Milan Metropolitan area, and in subalpine lakes area.

            2. Optional visits before or after the Conference

             

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              Lançamento de livro Museologia Social e Cultura

              12.01.2016

              “Museologia Social e Cultura” Cêça Guimaraens, Vera Rangel, Márcia Bertotto (Org)

              Editora: Rio Books (31/12/2014)

              ISBN-10: 8561556919

              ISBN-13: 9788561556914

              288 páginas

               

              A publicação é composta por textos inéditos de recem doutordadas brasileiras em Museologia, pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. As pesquisas efetuadas pelas autoras em seus projetos de doutoramento contribuem para a ampliação do conhecimento acerca dos seus objetos de estudos. O valor conceitual e programático dos conteúdos e a variedade dos olhares sobre a diversidade do campo museológico confirmam a consolidação do campo museológico, o qual se configura de modo interdisciplinar. A edição atende a demanda de profissionais experientes e sedentos por uma formação ampliada, além dos estudantes dos cursos de Museologia de todo o país. 

              O SUMÁRIO.

              Apresentação – Maria Ignêz Mantovani 

              Prefácio – Mario Caneva Moutinho 

              Posfácio – Mario de Souza Chagas

              Artigos 

              • Gestão de museus: modo de usar de Manuelina Maria Duarte Cândido 
              • Sistema museológico – um contributo para políticas públicas de Márcia Bertotto 
              • Musealização do patrimônio arquitetônico com vistas à inclusão Social, identidade e cidadani a de Maria Cecília Filgueiras Lima Gabriele 
              • O Patrimônio ao alcance do cidadão em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil de Vera Rangel
              • Morfologias históricas em edifícios de museus de Cêça Guimaraens 
              • Museus e Antropofagia do patrimônio arqueológico: reflexões sobre o contexto brasileiro contemporâneo de Camila Azevedo de Moraes Wichers 
              • A coleção etnográfica da Missão Austríaca (1817 – 1835) de Analucia Thompson 
              • Museus da Imagem e do Som: o desafio do processo de musealização dos acervos audiovisuais no Brasil de Tânia Mendonça. 

               

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                Breves considerações sobre a genealogia e o significado de uma recomendação

                27.03.2016

                BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE

                A GENEALOGIA E O SIGNIFICADO DE UMA RECOMENDAÇÃO

                                Em maio de 2003, foi lançada no Brasil a Política Nacional de Museus, por iniciativa do Ministério da Cultura, tendo a frente o Ministro Gilberto Gil, durante o primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre 2003 e 2009, ocasião em que foi instituído legalmente o Estatuto de Museus e criado o Instituto Brasileiro de Museus, múltiplos programas, projetos e ações de caráter nacional e internacional foram realizados.

                Um olhar atento para esses programas, projetos e ações poderá perceber e identificar as suas vinculações explícitas com a Museologia Social e com a Sociomuseologia. É importante observar, nesse aspecto, o significado simbólico e político da criação, no âmbito do Departamento de Processos Museais do IBRAM, de uma coordenação específica dedicada à Museologia Social e Educação.

                A experiência concreta de trabalho no campo dos museus e do patrimônio, em sintonia com as reflexões e práticas inspiradas na Museologia Social, foram decisivas para que em 2010 a equipe do IBRAM pudesse identificar uma lacuna em relação à existência de documentos contemporâneos que, no âmbito da UNESCO, tratassem de modo específico dos temas referentes à proteção e promoção dos museus e coleções e, particularmente, no que se refere à sua função na sociedade. 

                Assim, por iniciativa do IBRAM e com o apoio decisivo do Programa Ibermuseus, o tema acima foi colocado em pauta no V Encontro Iberoamericano de Museus, realizado em junho de 2011 na Cidade do México, e também na XIV Conferência Iberoamericana de Cultura, realizada em Assunção, no Paraguai, em agosto de 2011. Nos dois encontros os participantes solicitaram que a Secretaria Geral Iberoamericana (SEGIB) incentivasse a UNESCO “na criação de um instrumento normativo de proteção ao patrimônio museológico”. Em novembro desse mesmo ano, a proposta de uma “Resolução para a Proteção e Promoção de Museus e Coleções” foi aprovada na 36ª Conferência Geral da UNESCO.

                Como desdobramento dessa Conferência Geral foi organizada pelo IBRAM, em parceria com a UNESCO, na cidade do Rio de Janeiro, no período de 11 a 14 de julho de 2012, uma reunião de especialistas com o objetivo de elaborar um texto que pudesse servir de base para a Recomendação. O documento final dessa reunião, que expressou várias sensibilidades, contou com forte presença da equipe do IBRAM e com representação do Movimento Internacional para uma Nova Museologia (MINOM), foi encaminhado para a UNESCO, tendo sido examinado e discutido durante a 190ª Sessão de seu Conselho Executivo, ocorrida em outubro de 2012. Na Sessão seguinte do mesmo Conselho, em abril de 2013, os documentos preliminares foram avaliados e aprovados.

                Depois de uma longa tramitação, contando com a participação de mais de 160 especialistas e de pelo menos 70 Estados Membros, a RECOMENDAÇÃO SOBRE A PROTEÇÃO E A PROMOÇÃO DOS MUSEUS E COLEÇÕES, DE SUA DIVERSIDADE E DE SUA FUNÇÃO NA SOCIEDADE foi aprovada e ratificada em novembro de 2015, durante a 38ª Conferência Geral da UNESCO, expressando posturas e valores partilhados pela comunidade museal mundial. 

                A Recomendação é o resultado de um trabalho articulado por profissionais do campo museal com atuação nos países da Iberoamérica. O Brasil, por intermédio do IBRAM, teve nesse contexto um papel importante, mas o êxito na condução do processo que resultou na Recomendação deve-se especialmente ao concerto dos países Iberoamericanos, como já aconteceu noutras ocasiões. 

                A Recomendação dialoga com temas que estão no centro da atuação de um número cada vez maior de museus, em todos os continentes, que se reconhecem como atores do desenvolvimento, da inclusão social, da igualdade de gênero, do respeito pelas diversidades, assumindo plenamente princípios e valores já inscritos na Declaração de Santiago do Chile, de 1972, que a própria Recomendação invoca de pleno direito. 

                Trata-se de um documento que convoca, orienta, recomenda e encoraja à ação. Por isso mesmo, ainda que em alguns momentos seja possível identificar na redação final da Recomendação um desejo indisfarçável de produzir normas e regras, esta Recomendação da UNESCO representa uma orientação essencial no sentido de garantir, ampliar e subsidiar novas reflexões e práticas de Museologia Social e Sociomuseologia que expressam os desafios do mundo contemporâneo.

                Alessandra Gama, Alexandre Gomes, Ana Valdés, Claudia Storino, Inês Gouveia, João Paulo Vieira, Judite Primo, Juliana Siqueira, Luisa Calixto, Luzia Gomes, Marcelle Pereira, Marcelo Murta, Mario Chagas, Mario Moutinho, Mirela Araujo, Nathália Lardosa, Pedro Leite, Sarah Braga, Simone Flores, Vania Brayner

                 

                UNESCO - ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA

                RECOMENDAÇÃO SOBRE A PROTEÇÃO E A PROMOÇÃO DOS MUSEUS E COLEÇÕES, DE SUA DIVERSIDADE E DE SUA FUNÇÃO NA SOCIEDADE[1]

                Paris, 20 de novembro de 2015

                A Conferência Geral,

                Considerando que os museus partilham algumas das missões fundamentais da Organização, como estipulado em sua Constituição, inclusive a contribuição para a ampla difusão da cultura, e a educação da humanidade para a justiça, a liberdade e a paz, a fundação da solidariedade intelectual e moral da humanidade, plenas e iguais oportunidades de educação para todos, na busca irrestrita da verdade objetiva, e no livre intercâmbio de ideias e conhecimento;

                Também Considerando que uma das funções da Organização, como determinado em sua Constituição, é dar novo impulso à educação popular e à disseminação da cultura: colaborando com os Membros[2], por sua solicitação, no desenvolvimento de atividades educacionais, instituindo a colaboração entre países para o avanço do ideal de igualdade de oportunidade educacional independentemente de raça[3], gênero ou quaisquer distinções, econômicas ou sociais, e para manter, aumentar e disseminar o conhecimento;

                Reconhecendo a importância da cultura em suas diversificadas formas no tempo e no espaço, o benefício que os povos e as sociedades obtêm dessa diversidade, e a necessidade de estrategicamente incorporar a cultura, em sua diversidade, às políticas de desenvolvimento nacionais e internacionais, no interesse de comunidades, povos e países;

                Afirmando que a preservação, o estudo e a transmissão do patrimônio cultural e natural, tangível e intangível, em suas condições móveis e imóveis, são de grande importância para todas as sociedades, para o diálogo intercultural entre os povos, para a coesão social, e para o desenvolvimento sustentável;

                Reafirmando que os museus podem contribuir efetivamente para o desempenho dessas tarefas, como indica a Recomendação de 1960 sobre os Meios Mais Efetivos de Tornar os Museus Acessíveis a Todos, que foi adotada pela Conferência Geral da UNESCO em sua 11ª sessão (Paris, 14 de dezembro de 1960);

                Afirmando ainda que os museus e as coleções contribuem para a valorização dos direitos humanos, como definido na Declaração Universal dos Direitos Humanos, em particular em seu Artigo 27, e no Acordo Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, em particular em seus Artigos 13 e 15;

                Considerando o valor intrínseco dos museus como guardiões do patrimônio, e que eles também desempenham uma função cada vez maior no estimulo à criatividade, proporcionando oportunidades para as indústrias criativas e culturais, e para o deleite, assim contribuindo para o bem-estar material e espiritual dos cidadãos em todo o mundo;

                Considerando que é responsabilidade de cada Estado Membro proteger o patrimônio natural e cultural, tangível e intangível, móvel e imóvel, no território sob sua jurisdição, em todas as circunstâncias, e apoiar as ações dos museus e a função das coleções para essa finalidade;

                Observando que existe um corpo de instrumentos normativos internacionais – adotados pela UNESCO e por outras partes – incluindo convenções, recomendações e declarações, sobre a função dos museus e das coleções, todos os quais permanecem válidos[4];

                Levando em consideração a magnitude das mudanças socioeconômicas e políticas que têm afetado a função e a diversidade dos museus desde a adoção da Recomendação de 1960 sobre os Meios Mais Efetivos de Tornar os Museus Acessíveis a Todos;

                Desejando reforçar a proteção proporcionada pelas normas e princípios existentes referentes à função dos museus e coleções a favor do patrimônio cultural e natural, em suas formas tangíveis e intangíveis, e a funções e responsabilidades relacionadas;

                Tendo considerado as propostas referentes à Recomendação sobre a Proteção e a Promoção dos Museus e Coleções, de sua Diversidade e de sua Função na Sociedade,

                Lembrando que uma recomendação da UNESCO é um instrumento não vinculativo que proporciona princípios e diretrizes políticas dirigidas a diferentes partes interessadas;

                 

                Adota esta Recomendação do dia 17 de novembro de 2015.

                A Conferência Geral recomenda que os Estados Membros apliquem as seguintes disposições, adotando todas as medidas, legislativas ou outras, necessárias para implementar, nos respectivos territórios sob sua jurisdição, os princípios e normas estabelecidos nesta Recomendação.

                 

                INTRODUÇÃO

                1. A proteção e promoção da diversidade cultural e natural estão entre os principais desafios do século XXI. Nesse aspecto, os museus e as coleções constituem os principais meios através dos quais testemunhos tangíveis e intangíveis da natureza e das culturas humanas são salvaguardados.

                2. Os museus, como espaços de transmissão cultural, diálogo intercultural, aprendizado, discussão e capacitação, também desempenham uma função importante na educação (formal, informal, e continuada), na coesão social e no desenvolvimento sustentável. Os museus têm um grande potencial para elevar a conscientização pública sobre o valor do patrimônio cultural e natural e a responsabilidade de todos os cidadãos de contribuir para seu cuidado e transmissão. Os museus também apoiam o desenvolvimento econômico, notadamente através das indústrias criativas e do turismo.

                3. Esta Recomendação chama a atenção dos Estados Membros para a importância da proteção e promoção dos museus e coleções, para que sejam parceiros no desenvolvimento sustentável através da preservação e proteção do patrimônio, da proteção e promoção da diversidade cultural, da transmissão do conhecimento científico, do desenvolvimento de políticas educacionais, de educação continuada e coesão social, e do desenvolvimento das indústrias criativas e da economia do turismo.

                 

                I. DEFINIÇÃO E DIVERSIDADE DOS MUSEUS

                4. Nesta Recomendação, o termo museu é definido como uma “instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, aberta ao público, que adquire, conserva, pesquisa, comunica e expõe o patrimônio tangível e intangível da humanidade e de seu meio ambiente para fins de educação, estudo e deleite.” [5]. Assim, os museus são instituições que buscam representar a diversidade natural e cultural da humanidade, desempenhando uma função essencial na proteção, preservação e transmissão do patrimônio.

                5. Na presente Recomendação, o termo coleção é definido como “um conjunto de bens culturais e naturais, tangíveis e intangíveis, do passado e do presente”[6]. Cada Estado Membro deve definir a abrangência do que compreende por coleção, em termos de seu próprio enquadramento legal, para fins desta Recomendação.

                6. Na presente Recomendação, o termo patrimônio é definido como[7] um conjunto de valores, tangíveis e intangíveis, e expressões que as pessoas selecionam e identificam, independentemente da propriedade, como um reflexo e expressão de suas identidades, crenças, saberes e tradições, e ambientes vivos, merecedores de proteção e valorização pelas gerações contemporâneas e transmissão às futuras gerações[8]. O termo patrimônio refere-se também às definições de patrimônio cultural e natural, tangível e intangível, propriedade cultural e bens culturais como incluído nas Convenções de Cultura da UNESCO.

                 

                II. FUNÇÕES PRIMORDIAIS DOS MUSEUS

                Preservação

                7. A preservação do patrimônio compreende atividades relacionadas à aquisição e gestão de coleções, incluindo a análise de riscos e o desenvolvimento de capacidades de prontidão e de planos de emergência, além de segurança, conservação preventiva e corretiva, e a restauração de objetos museológicos, assegurando a integridade das coleções quando usadas e armazenadas.

                8. Componentes-chave para a gestão de coleções em museus são a criação e manutenção de um inventário profissional e o controle regular das coleções. Um inventário é uma ferramenta essencial para a proteção dos museus, prevenindo e combatendo o tráfico ilícito, e auxiliando-os no cumprimento de sua função na sociedade. Ele também contribui para uma boa gestão da mobilidade das coleções.

                Pesquisa

                9. A pesquisa, incluindo o estudo das coleções, é outra função primordial dos museus. A pesquisa pode ser realizada pelos museus em colaboração com terceiros. Somente através do conhecimento obtido na pesquisa é que o potencial dos museus pode se realizar plenamente e ser oferecido ao público. A pesquisa é de suma importância para que os museus proporcionem oportunidades de reflexão sobre a história num contexto contemporâneo, bem como para a interpretação, representação e apresentação das coleções.

                Comunicação

                10. A comunicação é outra função primordial dos museus. Os Estados Membros devem estimular os museus a interpretar e disseminar ativamente o conhecimento sobre coleções, monumentos e sítios em suas áreas específicas de expertise e a organizar exposições, como adequado. Além disso, os museus devem ser encorajados a utilizar todos os meios de comunicação para desempenhar um papel ativo na sociedade, como por exemplo, organizando eventos públicos, participando de atividades culturais relevantes e outras interações com o público, tanto em formas físicas quanto digitais.

                11. As políticas de comunicação devem levar em consideração a integração, o acesso e a inclusão social, e devem ser conduzidas em colaboração com o público, incluindo grupos que normalmente não visitam museus. As ações dos museus deveriam também ser fortalecidas pelas ações do público e das comunidades a seu favor.

                 

                Educação

                12. A educação é outra função primordial dos museus. Os museus dedicam-se à educação formal, não formal e continuada, por meio do desenvolvimento e da transmissão do conhecimento, e de programas educacionais e pedagógicos, em parceria com outras instituições educacionais, em especial com as escolas. Os programas educacionais nos museus contribuem principalmente para a educação de públicos variados sobre os temas relacionados às suas coleções e à vida cívica, bem como para a ampliação da consciência sobre a importância da preservação do patrimônio e a promoção da criatividade. Os museus podem também proporcionar conhecimento e experiências que contribuam para a compreensão de questões sociais afins.

                 

                III. DESAFIOS PARA OS MUSEUS NA SOCIEDADE

                Globalização

                13. A globalização permitiu uma maior mobilidade de coleções, de profissionais, de visitantes e de ideias que impactaram os museus com efeitos positivos e negativos, os quais se refletem num aumento da acessibilidade e da homogeneização. Os Estados Membros devem promover a salvaguarda da diversidade e da identidade que caracterizam os museus e as coleções, sem que haja uma redução da função dos museus no mundo globalizado.

                 

                Relações dos museus com a economia e a qualidade de vida

                14. Os Estados Membros devem reconhecer que os museus podem ser atores econômicos na sociedade e contribuir para atividades geradoras de renda. Além disso, eles participam da economia do turismo e com projetos produtivos contribuindo para a qualidade de vida de comunidades e regiões em que estão localizados. De modo mais geral, podem também favorecer a inclusão social de populações vulneráveis.

                15. Para diversificar suas fontes de renda e aumentar sua sustentabilidade, muitos museus aumentaram, por escolha ou necessidade, as suas atividades geradoras de recursos. Os Estados Membros não devem conferir uma prioridade alta para a geração de renda em detrimento das funções primordiais dos museus. Os Estados Membros devem reconhecer que essas funções primordiais, sendo de suma importância para a sociedade, não podem ser expressas em termos puramente financeiros.

                 

                Função social

                16. Os Estados Membros são encorajados a apoiar a função social dos museus que foi enfatizada na Declaração de Santiago do Chile de 1972. Em todos os países é crescente a percepção de que os museus desempenham uma função chave na sociedade, e constituem um fator de integração e coesão social. Nesse sentido, eles podem ajudar as comunidades a enfrentar as profundas mudanças na sociedade, inclusive as que levam a um aumento da desigualdade e à dissolução de laços sociais.

                17. Os museus são espaços públicos vitais que deveriam dedicar-se a toda a sociedade e podem, portanto, desempenhar uma função importante no desenvolvimento de laços sociais e coesão, na construção da cidadania, e na reflexão sobre as identidades coletivas. Os museus deveriam ser lugares abertos a todos e comprometidos com a acessibilidade física e cultural para todos, inclusive grupos desfavorecidos. Eles podem constituir-se como espaços para a reflexão e o debate sobre temas históricos, sociais, culturais e científicos. Os museus devem também promover o respeito aos direitos humanos e à igualdade de gênero. Os Estados Membros devem encorajar os museus a desempenhar todas essas funções.

                18. Em instâncias onde o patrimônio cultural dos povos indígenas está representado em coleções museais, os Estados Membros devem adotar as medidas apropriadas para estimular e facilitar o diálogo e o estabelecimento de relações construtivas entre esses museus e os povos indígenas, no que se refere à gestão dessas coleções e, onde for apropriado, o retorno ou a restituição em conformidade com as leis e políticas aplicáveis.

                 

                Museus e Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs)

                19. As mudanças produzidas pela ascensão das tecnologias de informação e comunicação (TICs) oferecem oportunidades para os museus em termos de preservação, estudo, criação e transmissão do patrimônio e de conhecimentos afins. Os Estados Membros devem apoiar os museus na partilha e na disseminação do conhecimento e garantir que os museus disponham dos meios para ter acesso a essas tecnologias quando elas forem consideradas necessárias para aprimorar as suas funções primordiais.

                 

                IV. POLÍTICAS

                Políticas gerais

                20. Os instrumentos internacionais existentes relacionados ao patrimônio cultural e natural reconhecem a importância e a função social dos museus na proteção e promoção e na acessibilidade global, pelo público, a esse patrimônio. Nesse sentido, os Estados Membros devem adotar as medidas apropriadas para que os museus e as coleções nos territórios sob sua jurisdição ou controle se beneficiem das medidas protetoras e promocionais conferidas por esses instrumentos. Os Estados Membros devem também adotar medidas adequadas ao fortalecimento das capacidades dos museus para essa proteção em todas as circunstâncias.

                21. Os Estados Membros devem garantir que os museus implementem os princípios dos instrumentos internacionais que sejam aplicáveis. Os museus se comprometem a observar os princípios dos instrumentos internacionais de proteção e promoção do patrimônio cultural e natural, tangível e intangível. Eles devem também aderir aos princípios dos instrumentos internacionais para a luta contra o tráfico ilícito de bens culturais e devem coordenar seus esforços nesse sentido. Os museus devem ainda levar em consideração as normas éticas e profissionais estabelecidas pela comunidade profissional museológica. Os Estados Membros devem garantir que a função dos museus na sociedade seja exercida em conformidade com as normas legais e profissionais nos territórios sob sua jurisdição.

                22. Os Estados Membros devem adotar políticas e tomar medidas apropriadas para garantir a proteção e a promoção dos museus localizados nos territórios sob sua jurisdição ou controle, apoiando e desenvolvendo essas instituições em conformidade com suas funções primordiais, e, nesse sentido, desenvolver os recursos humanos, físicos e financeiros necessários para que eles funcionem adequadamente.

                23. A diversidade de museus e o patrimônio do qual eles são guardiões constituem o seu maior valor. É solicitado aos Estados Membros que protejam e promovam essa diversidade e que encorajem os museus a recorrerem a critérios de alta qualidade definidos e promovidos por comunidades museais nacionais e internacionais.

                 

                Políticas Funcionais

                24. Os Estados Membros são convidados a apoiar as políticas ativas de preservação, pesquisa, educação e comunicação adaptadas a contextos locais, sociais e culturais, para permitir que os museus protejam e transmitam o patrimônio às futuras gerações. Nessa perspectiva, os esforços colaborativos e participativos entre museus, comunidades, sociedade civil e público devem ser fortemente encorajados.

                25. Os Estados Membros devem adotar medidas apropriadas para garantir que a compilação de inventários baseados em padrões internacionais seja prioridade nos museus estabelecidos no território sob sua jurisdição. A digitalização de coleções museais é altamente importante nesse sentido, mas não deve ser considerada como um substituto à conservação das coleções.

                26. Boas práticas para o funcionamento, a proteção e a promoção dos museus e de sua diversidade e função na sociedade têm sido reconhecidas por redes de museus nacionais e internacionais. Essas boas práticas são continuamente atualizadas de modo a refletir as inovações do campo. A esse respeito, o Código de Ética para Museus, adotado pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM), constitui a referência mais amplamente compartilhada. Os Estados Membros são encorajados a promover a adoção e a disseminação desse e de outros códigos de ética e de boas práticas e utilizá-los para informar o desenvolvimento de normas, políticas museais e legislação nacional.

                27. Os Estados Membros devem adotar medidas apropriadas para facilitar o emprego pelos museus de pessoal qualificado e com a competência necessária, nos territórios sob sua jurisdição. Devem ser organizadas oportunidades adequadas para a educação continuada e o desenvolvimento profissional de todo o pessoal dos museus, de modo a manter uma força de trabalho efetiva.

                28. O funcionamento eficaz dos museus é diretamente influenciado pelo financiamento público e privado e por parcerias adequadas. Os Estados Membros devem esforçar-se para garantir uma visão clara, planejamento adequado e financiamento para os museus, bem como um equilíbrio harmonioso entre os diferentes mecanismos de financiamento, de modo a permitir-lhes desempenhar sua missão em beneficio da sociedade com pleno respeito às suas funções primordiais.

                29. As funções dos museus também são influenciadas pelas novas tecnologias e sua crescente atuação na vida cotidiana. Essas tecnologias têm grande potencial para promover os museus ao redor do mundo, mas podem também constituir barreiras em potencial para pessoas e museus que não têm acesso a elas ou conhecimentos e habilidades para usá-las efetivamente. Os Estados Membros devem esforçar-se para proporcionar acesso a essas tecnologias para os museus nos territórios sob sua jurisdição ou controle.

                30. A função social dos museus, junto com a preservação do patrimônio, constitui o seu propósito fundamental. O espírito da Recomendação de 1960 sobre os Meios Mais Efetivos de Tornar os Museus Acessíveis a Todos permanece importante para a criação de um lugar duradouro para os museus na sociedade. Os Estados Membros devem esforçar-se para incluir esses princípios nas leis referentes aos museus estabelecidos nos territórios sob sua jurisdição.

                31. A cooperação entre os setores dos museus e com instituições responsáveis pela cultura, o patrimônio e a educação é um dos modos mais eficazes e sustentáveis de proteger e promover os museus, sua diversidade e sua função na sociedade. Os Estados Membros devem, portanto, encorajar a cooperação e as parcerias entre os museus e instituições culturais e científicas em todos os níveis, incluindo sua participação em redes e associações profissionais que fomentem tal cooperação e exposições internacionais, intercâmbios e a mobilidade de coleções.

                32. As coleções definidas no parágrafo 5, quanto mantidas em instituições que não sejam museus, devem ser protegidas e promovidas de modo a preservar a coerência e melhor representar a diversidade cultural do patrimônio desses países. Os Estados Membros são convidados a cooperar na proteção, na pesquisa e na promoção dessas coleções, bem como na promoção do acesso a elas.

                33. Os Estados Membros devem adotar medidas legislativas, técnicas e financeiras apropriadas, de modo a conceber o planejamento público e as políticas que possibilitem o desenvolvimento e a implementação destas recomendações nos museus situados nos territórios sob sua jurisdição.

                34. De modo a contribuir para a melhoria das atividades e serviços dos museus, os Estados Membros são encorajados a apoiar o estabelecimento de políticas inclusivas para o desenvolvimento de público.

                35. Os Estados Membros devem promover a cooperação internacional para criação de capacidades e formação profissional, por meio de mecanismos bilaterais ou multilaterais, inclusive através da UNESCO, de modo a melhor implementar estas recomendações e especialmente a beneficiar os museus e as coleções de países em desenvolvimento.

                 

                 

                [1] Tradução de Claudia Maria Pinheiro Storino, a partir da versão em inglês disponível no portal da UNESCO: http://www.unesco.org/new/fileadmin/MULTIMEDIA/HQ/CLT/images/FINAL_RECOMMENDATION_ENG_website_02.pdf. Último acesso em 23 de março de 2016.

                 

                [2] Como indica o portal da UNESCO: http://en.unesco.org/countries/member-states, a Organização possui 195 Estados-Membros e 10 Membros Associados. Estes últimos são territórios ou grupos de territórios que não dispõem de autonomia para conduzir suas relações internacionais (Nota da tradutora).

                 

                [3] O termo “raça”, utilizado no documento em inglês, pode assumir diferentes conotações no idioma português. A compreensão de que o conceito de “raça” não corresponde a uma categoria científica, ou seja, que do ponto de vista biológico não existem diferentes raças humanas, consolidou-se a partir de meados do século XX, com o desenvolvimento de campos do conhecimento como a genética e a antropologia. Essa constatação está expressa na “Declaração sobre Raça” adotada em 1998 pela Associação Americana de Antropologia (AAA Statement on Race), que conclui: “as desigualdades atuais entre os assim chamados “grupos raciais” não são consequência de sua herança biológica, mas produtos de circunstâncias históricas e contemporâneas, sociais, econômicas, educacionais e políticas”.

                No contexto do presente documento, seria possível interpretar o termo race como “etnia”, aqui traduzido como “raça”. Esses dois conceitos não são equivalentes: o conceito de “raça” prende-se a características físicas, do âmbito da biologia; o de “etnia” situa-se no âmbito da cultura, abrangendo organização política, social e territorial, tradições, crenças, religião, língua e outros aspectos que definem as comunidades humanas.

                Atualmente o conceito de “raça” tem aplicações nos campos da legislação e da política, como, por exemplo, no âmbito das politicas dedicadas à igualdade racial. No Brasil, a Constituição Federal inclui o termo em seu Artigo 3º, que indica entre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” e no Artigo 242 indica que “O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro”. A Lei nº 12.288 / 2010, que “Institui o Estatuto da Igualdade Racial”, “destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica”, utiliza diversas vezes os termos “raça”, “etnia” e “origem étnica” (Nota da tradutora).

                Por adotarmos como princípio, na presente tradução, a fidelidade ao formato original do documento, mantivemos o termo “raça”.

                [4] Instrumentos internacionais direta e indiretamente relacionados a museus e coleções:

                Convenção para a Proteção dos Bens Culturais em caso de Conflito Armado (1954) e seus dois Protocolos (1954 e 1999); Convenção Relativa às Medidas a Serem Adotadas para Proibir e Impedir a Importação, Exportação e Transferência de Propriedade Ilícitas dos Bens Culturais (1970); Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural (1972); Convenção sobre Diversidade Biológica (1992); Convenção do UNIDROIT sobre Bens Culturais Roubados ou Ilicitamente Exportados (1995); Convenção para a Proteção do Patrimônio Cultural Subaquático (2001); Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Intangível (2003); Convenção para a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais (2005); O Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966); Recomendação sobre os Princípios Internacionais Aplicáveis a Escavações Arqueológicas (UNESCO, 1956); Recomendação sobre os Meios Mais Efetivos de Tornar os Museus Acessíveis a Todos (UNESCO, 1960); Recomendação sobre Medidas destinadas a Proibir e Impedir a Exportação, a Importação e Transferência de Propriedade Ilícitas de Bens Culturais (UNESCO, 1964); Recomendação sobre a Proteção, em Nível Nacional, do Patrimônio Cultural e Natural (UNESCO, 1972); Recomendação Sobre o Intercâmbio Internacional de Bens Culturais (UNESCO, 1976); Recomendação sobre a Proteção dos Bens Culturais Móveis (UNESCO, 1978); Recomendação sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional e do Folclore (UNESCO, 1989); Declaração Universal dos Direitos Humanos (1949); Declaração dos Princípios da Cooperação Cultural Internacional (UNESCO, 1966); Declaração Universal da Diversidade Cultural (UNESCO, 2001); Declaração Relativa à Destruição Intencional do Patrimônio Cultural (UNESCO, 2003); Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas (2007)

                [5] Esta é a definição dada pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM), que reúne, em nível internacional, o fenômeno museu em toda a sua diversidade e transformações através do tempo e do espaço. Esta definição descreve o museu como uma agência ou instituição sem fins lucrativos, pública ou privada.

                [6] Esta definição reflete parcialmente a do Conselho Internacional de Museus (ICOM).

                [7] Esta definição reflete parcialmente a definição da Convenção Quadro do Conselho da Europa Relativa ao Valor do Patrimônio Cultural para a Sociedade (2005).

                [8] A Convenção Quadro do Conselho da Europa Relativa ao Valor do Patrimônio Cultural para a Sociedade apresenta a seguinte definição: “o patrimônio cultural constitui um grupo de recursos herdados do passado que as pessoas identificam, independentemente do regime de propriedade dos bens, como um reflexo e expressão de seus valores, crenças, saberes e tradições em permanente evolução. Ele inclui todos os aspectos do meio ambiente resultantes da interação entre as pessoas e os lugares através do tempo.” (Nota da tradutora).

                 

                Galeria

                  VI Seminário de Investigação em Sociomuseologia 22 &23 de janeiro

                  21.01.2016

                  22 DE JANEIRO - Sala S.0.10 ULHT

                  09h30 Recção –10h00 Sessão de Abertura e Enquadramento

                  Apresentações: CEIED e Instituto de Educação/ Programas de Doutoramento e de Mestrado em Museologia

                  Prof. Doutor Mário Moutinho(Reitor da ULHT)/ Prof. Doutor António Teodoro(Diretor do IE e do CEIED)/ Prof.ª Doutora Judite Primo (Diretora dos 3º e 2º ciclos de Estudos em Museologia)

                   

                  10h45 Palestras de abertura:

                  Investigação em Sociomuseologia: Desafios teóricos e metodológicos:

                  Prof. Doutor Mário Chagas (UNIRIO -ULHT) e Prof. Doutor Pedro Leite (CES-ULHT)

                  11h40 Debate

                  12h00 Marcelo Murta - Muquifu, Museu de Quilombos e Favelas Urbanos

                  12.h20 Iliana Donatien Veja - Museología social, practicas educativa y desenvolvimiento socio cultural

                  12h40 – 13h00 Debate

                   

                  Pausa para almoço

                  14.30 14.30 -Humberto Rendeiro -Gestão Museológica: paradigmas de atuação, resultados e perspetivas

                  14.50 - Dory Castillo Garriga - Plan Estrategico para la interpretación del Patrimonio de la ciudad de Pinar del Rio.

                  15.10 – Miguel Lara - Museu da Assembleia da República-Palácio de S. Bento”

                  15.30-16.00 Debate

                   

                  16h00 16.30 Simone Flores – Politicas Culturais e Museologia – Brasil

                  16.30-16.50 Debate

                   

                  17.00 Sessão de lançamento de Livros

                   

                  23 DE JANEIRO - Sala A.1.1 ULHT

                  10.00 - Erica Abreu Gonçalves – Museu e Cinema: representações, audivisual no Museu e estratégias de interdisciplinaridade

                   10.20 –Ana Dalé Valdez – El museo en el eje de la dinámica de la comunidad. Experiencias y estrategia en la Red Provincial de Museos de Guantánamo

                   10.40 –Juliana Siqueira- A Educação Museal na Perspectiva da Sociomuseologia: Proposta para uma Cartografia de um Campo em Formação

                  11.00-11.30 – Debate 11.30

                  11.30 Maria Miguel - Memória, Espólios e Construções Narrativas (Estudo de caso) O Projecto de renovação da Sala de Troféus do Vitória Futebol Clube

                  11.50 Vania Brayner - O doce amargo direito à memória - uma etnografia da Museologia Social em Pernambuco

                  12.10 António Pinto Pires – Reescrever o Projeto do Museu Nacional Ferroviário: O comboio, a viagem e a paisagem. Um jogo de Patrimóios

                  12.30-13.00 Debate

                  13.00 Almoço de grupo

                  Galeria

                    Encontros de Museologia Informal 26/01 10:00-19:00

                    20.01.2016

                    Políticas Públicas para Espaços Patrimoniais: olhares cruzados entre Rio de Janeiro, Almada e Maputo

                    Programa

                    10h00 Travessia do Tejo em direção a Cacilhas (ponto de encontro:

                    Bilheteiras Gare Marítima do Cais do Sodré as 9h45)

                    11h00 Visita guiada à Casa da Cerca e ao Planisfério da

                    Interculturalidade, em Almada (com Ana Isabel Ribeiro)

                    13h00 Almoço

                    15h00 Travessia de volta a Lisboa

                    16h00 Visita guiada à exposição “Luz de Lisboa”, no Museu de Lisboa

                    (com Joana Sousa Monteiro)

                    17h00 Debate aberto (Torreão Poente do Terreiro do Paço):

                    “Políticas públicas para Museus e Espaços Patrimoniais: Os casos do

                    Rio de Janeiro, Almada e Maputo” | Com Mário Chagas, Simone

                    Monteiro e José Pimentel

                     

                    Participação | Joana de Sousa Monteiro (C.M. Lisboa e ICOM.Pt), Ana Isabel

                    Ribeiro (Casa da Cerca, Almada), Ângela Luzia (C.M. Almada, Lisboa), Mário de

                    Sousa Chagas (UNIRIO, Brasil) e Simone Flores Monteiro (PUCRS, Brasil) e

                    José Pimentel Teixeira (Universidade Eduardo Mondlane, Maputo)

                     

                    Organização | Pedro Pereira Leite (CES/ULHT) e Lorena Sancho Querol (CES/UFPI)

                     

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                      I Mostra Museologia e Cinema: Diálogos Possiveis 25/01 18:30

                      20.01.2016

                      I Mostra Museologia e Cinema: Diálogos Possiveis

                      A cidade e o Amor (20")

                      Obi (6")

                      Musica de Terreiro (1:99:22")

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