Relatório da exposição virtual “Insurgências”, 1º ano do Mestrado em Museologia | 2021
Autoras: Janice Hias, Roberta Gonçalves, Heloisa Vivanco, Maria Luisa Moita, Denise Pereira, Violetta Grümpel, Luiza Tarasconi.
Departamento de Museologoa da ULHT/CeiED
pp.41
DOI:
A exposição “Insurgências” nasce da provocação feita pela Professora Judite Primo, ao levantar a questão dos traumas históricos e coletivos tratados à luz da sociomuseologia.
Segundo a professora, uma perspectiva de museologia decolonial requer pensar a partir dos sujeitos subalternizados pela colonialidade, contrapondo os marcadores de diferenças às lógicas museológicas consideradas hegemônicas.
Os museus não são neutros, mesmo quando querem se posicionar assim. A dita neutralidade sempre está a serviço de algum interesse. A nossa exposição admite posição e grita ao lado daqueles que sofrem os traumas do silenciamento.
Procuramos, nesta exposição, tratar de temas urgentes e necessários. Compilamos assuntos que nos provocam e que para o qual precisamos dar tempo, olhos, ouvidos e coração.
Pensar o discurso da exposição sob a ótica dos traumas causados pela violência da marginalização e da injustiça nos fez mergulhar em questões dolorosas, mas uma série de propôs tas começaram a surgir. Diferentes formas de fazer artístico, que reverberam nossas angústias, que calam mais fundo em cada uma de nós, passaram a dar forma ao projeto.
A escolha do título diz respeito ao brado necessário sobre assuntos que não podem mais esperar. A justiça, a equidade e o respeito com todas as formas de vida são fundamentais para que continuemos a habitar este planeta. Neste ritmo, estamos a nos destruir.
Já não é possível supor, especialmente depois da pandemia, que os donos do capital acreditem que possam viver alheios ao que acontece aos pobres do mundo, como se isso não os afetasse. Entendemos que é político e pedagógico o papel dos museus. Na escolha dos temas a serem propostos, estamos dizendo a que viemos e qual mundo desejamos semear.
Nossa insurgência tem a arte como forma de protesto, mas também como alternativa para a construção de uma sociedade mais compassiva e solidária.
A arte salva e a memória nos define.
Os museus podem mudar o mundo.