GE - Laboratório de Socioexpografia (Labse)

"Expor é ou deveria ser, trabalhar contra a ignorância, especialmente contra a forma mais refractária da ignorância: a ideia pré-concebida, o preconceito, o estereótipo cultural. Expor é tomar e calcular o risco de desorientar - no sentido etimológico: (perder a orientação), perturbar a harmonia, o evidente, e o consenso, constitutivo do lugar comum (do banal). No entanto também é certo que uma exposição que procuraria deliberadamente escandalizar traria, por uma perversão inversa o mesmo resultado obscurantista que a luxúria pseudo - cultural. ... entre a demagogia e a provocação, trata-se de encontrar o itinerário subtil da comunicação visual. Apesar de uma via intermédia não ser muito estimulante: como dizia Gaston Bachelard, todos os caminhos levam a Roma menos os caminhos do compromisso."

Michel Thévoz, Esthétique et/ou anesthésie museographique, Objets Prétextes, Objects Manipulées, Neufchatel, 1984, p. 167. Tradução de Moutinho (Moutinho, M. C. (1). A CONSTRUÇÃO DO OBJECTO MUSEOLÓGICO. Cadernos De Sociomuseologia, 4(4). Obtido de https://revistas.ulusofona.pt/index.php/cadernosociomuseologia/article/view/244).

 

Apresentação

Como investigadores de Museologia e profissionais da museologia e da área da educação e cultura, em contexto ibero-americano, constatamos a necessidade de desenvolver uma prática social da expografia condizente com a SocioMuseologia. Isto se coloca como uma necessidade urgente, pois vivemos tempos agitados. A cultura e a educação são elementos estruturais do tecido social, mas a democracia continua ameaçada por forças antidemocráticas, pelo esvaziamento interno da participação e pelo não-avanço nos campos social, económico, cultural e informacional. Reconhecendo mérito ao trabalho pioneiro e inspirador já desenvolvido no âmbito da Sociomuseologia, para nós é um desafio contribuir para sua continuidade, respeitando o seu rigor académico e a sua ação transdisciplinar no mundo contemporâneo. Apesar de muito já termos avançado em relação a função social e ao papel educativo do museu, constatamos uma necessidade de desenvolver uma prática social da expografia e museografia condizente com esta nova proposta de museologia. Uma proposta de desconstrução desta expografia tradicional: buscamos novas formas de expor, para novos tempos.

O Grupo de Estudos LabSE – Laborarório de Socioexpografia é um coletivo de investigadores da Cátedra UNESCO “Educação, Cidadania e Diversidade Cultural” que conta com o apoio do Departamento de Museologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e do CeiED - Centro de Estudos Interdisciplinares em Educação e Desenvolvimento. O Grupo de Estudos integra investigadores da Cátedra UNESCO, do CeiED e dos Programas de Doutoramento e Mestrado em Museologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia de Lisboa.

 

(ODS) ONU Adotados pelo Grupo de Estudos:

Objetivo 4- Educação de Qualidade

Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos (ODS 4)

Objetivo 10- Reduzir as desigualdades

Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles (ODS 10)

 

Objetivos

Pretendemos desenvolver com o LabSE a experimentação e a reflexão sobre uma nova forma de relação da população com os museus na qual a sociedade se apropria desses espaços e narra a própria história.

Pretendemos desenvolver com esta proposta realização de estudos teóricos e experimentações museográficas através de um projeto de investigação no âmbito da Cátedra UNESCO Educação, Cidadania e Diversidade Cultural, com o apoio do Departamento de Museologia e do CeiED -Centro de Estudos Interdisciplinares em Educação e Desenvolvimento da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Com o LabSE, procuramos atender uma demanda social e uma lacuna teórica ainda não respondidas.

Como tornar os museus verdadeiramente acessíveis e recetivos? Como possibilitar a participação e a plena compreensão do discurso expográfico por todas, todos e todes envolvidos? Acreditamos que a SocioExpografia pode ser ferramenta de aproximação entre os museus e a sociedade.

 

Práxis - Plano de ação

Propor uma metodologia em SocioExpografia;

Expografia e curadoria participativa;

Acessibilidade para diferentes formas de perceção e compreensão do discurso;

Sustentabilidade financeira, ecológica e social;

Promover rodas de conversa mensais (debates teóricos e estudos de caso);

Produção de artigos científicos e relatórios de trabalho;

Criação de uma rede de contactos e de trabalho em rede;

Organizar um centro de documentação online sobre SocioExpografia;

Propor uma agenda cultural de atividades nos Museus e na Comunidades;

Apostar numa relação de intercâmbio entre museus ibero-americanos;

Que o discurso expográfico seja utilizado de forma consciente como uma ferramenta de intervenção social.

 

Equipa

Orientação Científica

Profª Doutora Marta Jecu.

Coordenação

Profª Doutora Mariana von Hartenthal

Moana Soto

Docentes ULHT

Profa. Doutora Judite Primo

Profa. Doutora Vânia Brayner

Docentes Convidados ULHT

Profa. Doutora Graça Teixeira (UFBA - ULHT)

Discentes ULHT

Ana Luiza Neves

Beatriz Haspo

Carlos Serrano

Claudia Pola

Fabiana Ferreira

Heloisa Vivanco

Kamylla Passos

Maria Luisa Moita

Maria Monsalve

Paula Fiuza

Roberta Gonçalves

Sara Freitas

Roberta Gonçalves

Investigadores externos

Profa. Doutora Patrícia Dorneles (UFRJ)

Prof. Doutor Pedro Salvado (USAL e Concelho do Fundão)

Profa. Doutora Sabrina Damasceno (UFRB)

 

Contatos

E-mail: socioexpografia@gmail.com